sábado, 26 de março de 2016

JUSTIÇA E JUSTIÇAMENTO








Um advogado, não pode ser um linchador, um justiceiro, ele é o último baluarte antes da barbárie.

Como homem da lei,  do direito e da justiça,  não pode ser como qualquer um, mas o defensor do estado democrático de direito, da dignidade da pessoa humana, da presunção da inocência, corolário natural desta e do direito ao contraditório e à ampla e irrestrita defesa.

Neste passo, o advogado tem até o dever de defender aquele próprio que o acusa. Não pode ele, fazendo coro à turba, pedir justiçamento, ao invés de exigir justiça.

É o advogado, que como os profetas da antiguidade, usa de metáforas fortíssimas, para chamar à realidade um povo ensandecido e descrente e à beira da loucura e do abismo.

É ao advogado a tarefa de apagar o fogo propagado pelos incendiários, os amigos da catástrofe, da guerra e da miséria para se apropriar de seus despojos.

É o advogado a voz dissonante da claque justiceira, fazendo ver que o justiçamento que pedem pode se voltar contra ela.

É ao advogado a tarefa de mostrar a quem não entende, que a defesa da lei e do direito e da justiça não se confunde não se confunde com o ato do delinquente.

Cabe também ao advogado mostrar a todos que o delinquente por mais sórdido que seja seu crime, não deixou ele de ser pessoa humana, com pai, mãe, filhos e amigos.

Mas sobretudo, cabe ao advogado mostrar a todos, que todos nós somos passíveis dos mesmos crimes, desde que se deem as mesmas condições, circunstâncias e oportunidades.

Cabe ao advogado demonstrar a todos que todos nós somos pequenos delinquentes e devemos dar graças a Deus por não termos sido pego, acusado, denunciado e condenado.

Por fim cabe ao advogado mostrar a todos que sua profissão é a profissão que luta pela paz social e não se confunde com os ateadores de fogo que se vê neste momento doloroso no mundo. 

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